terça-feira, 17 de janeiro de 2012

RESGATE...







Andei fuxicando no tempo,
Revendo... 
Relembrando
Refazendo o percurso,
Olhando o passado para ver o presente.


Descobri que foi só acréscimo, 
 Mesmo perdendo muito.
Foi puro aprendizado.
Vivência , na mais pura essência.

Caminhei cega por anos.
Perdi as estações,
Ou não as vi passar,
Na minha ignorante postura de só visualizar o que era dor.

Cada uma me ensinava algo,
Que eu teimava não ver.
Era mais fácil sofrer,
Afinal, lutar para ser feliz dá trabalho.

Ah! Como precisei sofrer!
Como precisei amargar, para aprender adoçar...
Como precisei de escuridão, para ver luz...
Como eu precisei da dor, para buscar a cura.

Hoje olho a vida de forma diferente.
Mais leve, mais tranquila.
Respeito meus limites e limitações,
Me perdoei pelo tempo perdido.

Respiro calmamente,
Não engulo mais o choro.
Aprendi que ele me alivia ,
Mas que também me trás respostas.

Hoje paro para observar e viver todas as estações.
Sinto o macio da lã no Inverno.
Amo o chão coalhado de folhas de Outono .
Me encanto com o colorido renascer da Primavera.
Vejo a vida no calor e tempestades de Verão.

Precisei buscar a paz, para encontrar a razão.
A loucura da dor não era mais suportável.
A imensidão da solidão era inviável.
Sofrer, não me cabia mais.

Abri minha mente,
Revi conceitos,
Mudei posturas,
Abandonei regras impostas.

Determinei o fim da dor!

Esvaziei armários,
Destralhei o passado,
Lavei meu interior,
Escolhi viver na limpa transparência da vida .

Sou uma sobrevivente da loucura,
De quem escolhe morrer aos poucos.
Sou uma sobrevivente da guerra cinzenta do vazio,
Daquele que escolhe a Solidão como morada.

Perdoei pessoas,
Mas principalmente, me perdoei.
Retirei as culpas,
Joguei-as no lixo.

Descobri a sensatez, a ponderação.
Ultrapassei as fronteiras da auto punição.
Aprendi a caminhar por onde me sinto mais leve,
Desvio, opcionalmente, do que me trará peso.

Aprendi a valorizar ainda mais a simplicidade,
A amar docemente a vida.
Usar minha visão ao meu favor,
E expor meus sentimentos.

Hoje, arrisco sem receio,
Sei o que desejo.
Hoje, encaro o  Medo de frente,
Testo minha força contra ele,
E venço sempre que o faço.

Acredito mais em mim.
Tenho mais noção do meu tamanho.
Do quanto Eu Posso,
Porque Eu Quero!
Meu poder, vem do meu querer.  

Como foi bom ter lutado por isso.
Como é bom sentir que eu mereço Paz.
Saber que mereço me Amar plenamente,
E me dar o prazer, de finalmente excluir o Sobreviver,

Para enfim,
Viver!


                                       Lucienne Miguel







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