terça-feira, 2 de abril de 2013

* FORA ISTO...







Sinto a alma enjaulada...
Pés presos sempre a correntes,
E mesmo que elas sejam mudadas,
 Sou prisioneira de um Mundo sempre igual.



Na verdade nada muda,
Apenas troca de lugar...
Com outras paisagens,
Mas que me mantém sempre, na mesma instabilidade.



Não sei para onde vou, 
Nem qual será meu caminho.
Não sei qual meu lugar,
Se é que exista um lugar que seja meu.



Sigo na dependência eterna, 
Daquilo que a vida exige de mim,
Do que me apresenta,
Enquanto minha Alma continua a implorar,
Enquanto meu coração continua a desejar,
Algo que seja Real!


Ando cansada da vida,
Das promessas mal cumpridas.
Quero que morram os sonhos,
Que sempre permito que plantem  em mim.



Será hoje...
Amanhã...
Um dia...
É só o que sei... Portanto nada sei. 



Há tempos que passei a nada ter.
Caminho de canto em canto.
De lugar a lugar,
Onde nada é meu.



Sou cigana a perambular, 
Cigana que nem tenda tem.
Minha morada é só em mim.
Fora isto, sou somente isso...



Lucienne Miguel