sábado, 17 de março de 2012

Venha... Mas se vá!



Venha!

Venha, tentar me fazer entender a felicidade...
Venha, tentar me fazer compreender a completude...
Venha, tentar me trazer a paz que tanto busco...


Venha, conviver com minha loucura.
Venha, viver com minha sanidade. 
Venha tentar, me trazer o tal equilíbrio.


Venha me acolher nas dores.
Venha me aconchegar, nos momentos de solidão.
Venha me ajudar a carregar, e compreender isso.  


Venha comemorar comigo as alegrias.
Venha, brindar minhas conquistas.
Venha, me ajudar a vencer.


Venha, ouvir todo meu silêncio.
Venha, se ensurdecer com minhas falas, as vezes desconexas.
Venha,  escutar meu todo.


Venha, para que eu possa ser eu .
Venha, para me livrar do cansaço da vida.
Venha, para ser meu abraço de acolhida.


Venha, para cuidar de mim.
Venha, para ser meu alento.
Venha, para fazer meu café.


Venha, mas traga sua mudez, para usá-la quando necessário.
Venha, mas também traga tua voz, para me dizer o que preciso ouvir.
Venha, e traga a ponderação, que mora nessa tua loucura.


Venha, para que eu seja homem.
Venha, para que eu liberte o menino.
Venha, para que eu possa me permitir, ser inteiro. 


Venha, para ser minha amiga.
Venha, para ser minha amante.
Venha, para que eu tente amá-la.


Ir, é sonho guardado no peito.
Pois nenhuma oferenda é aceita.
Tudo é sonho para ser sonhado.
O Venha, jamais virá.


Você me diz Venha...
Pois a realidade é que, mesmo sem entender por que, me chama.
E eu, nesse amor que nem cabe em mim... Vou!
Para logo em seguida, ouvir, mudamente de você...
Calce seus sapatos, pegue o que me oferece, guarde na sacola...
E siga teu caminho!



Lucienne Miguel

Nenhum comentário:

Postar um comentário