Não sei viver pela metade.
Sou inteira em tudo que faço,
Transparente, translúcida até.
Falo com a alma,
Ajo com o coração,
Sou as vezes, totalmente sem razão.
Se amo, me entrego inteira,
Sem barreiras ou restrição.
Me torno puro doar e acolher.
Ah! Mas não me canse, pois ai não dou mais nada de mim.
Quando choro....
As vezes é choro manso, de dor de desamparo
As vezes... me acabo,
Num louco e descontrolado choro de desespero .
Sou dor que se transforma em água.
É quando me tranco do mundo,
Até tudo passar e não mais doer.
Se me alegro,
Ah! Até meus olhos cintilam,
Literalmente levito, em meio a sorrisos e gargalhadas.
Eu brilho na alegria, sei que brilho, e adoro isso.
É quando canto e danço,
Festejando o milagre da vida.
Se me entrego,
Me dispo.
Completamente nua...
Escancaradamente, nua!
Assim dou o inteiro de mim, independente do que terei de volta.
Não abro portas,
Eu as escancaro...
Porque quero, que o que esteja para chegar,
Tenha como passar livremente.
As mantenho assim, dando a liberdade de ir e vir,
De deixar ficar ou mandar embora,
Aquilo que por ela vier a entrar...
Sejam Dores ou Amores.
Sou passiva e passional,
Mutante, como as fases da Lua.
Mudo de acordo com o meu sentir,
Só faço o que meu coração manda.
Ele determina meu Norte.
Sou habitante do mundo da Coragem,
Aqui, sempre encaro o medo,
E que como todo covarde,
Ele sempre foge em disparada, quando enfrentado.
Aprendi a transformar dor em ensinamento,
Não sofrer pelo que passou,
Muito menos deixo o passado limitar meu presente.
Nem determinar meu futuro.
Abandonei. pelo caminho o que não acrescentou..
Hoje, carrego só o que desejo,
E o pouco do que ainda me acompanha,
Não me faz prisioneira de nada.
Não tenho medo da dor,
Nem do descaso,
Muito menos do abandono,
Aprendi que o que tem que ficar,
É porque vale a pena ficar,
O que se vai, é porque tinha que ir.
Aprendi que tudo me deixará uma lição,
E que isso é crescimento,
Acumulo de sabedoria de vida.
Aprendi que tudo me deixará uma lição,
E que isso é crescimento,
Acumulo de sabedoria de vida.
Tento plantar flores, mas que elas tenham espinhos.
Quero beleza sim,
Mas quero armas também,
Sei que guerrear é eterno, portanto preciso delas.
Sei que dores e decepções sempre virão.
Não as temo.
Temo não viver o que minha alma pede,
E assim escolhei viver de exclamações, e não de interrogações.
Optei pelo dividir, pois aprendi que assim é que se soma.
Como também aprendi a não abandonar sonhos...
Sei que se realizarão na hora certa,
E que esta hora, não sou eu quem determina.
Sei que sou doce, meiga e acolhedora.
E que isto me faz vulnerável...
Mas não quero minha essência excluída de mim..
Esta é a minha melhor parte.
Se estou certa, não sei,
Só sei que sou assim,
E que gosto de mim e da forma que sou.
Se alguém tem restrições quanto a quem sou,
Isto não é problema meu...
Que de mim se aproximem, os que não tenham.
Assim sendo, tento caminhar mais leve,
Mais segura das minhas escolhas,
Tentando mudar quem fui,
Para continuar a ser quem sou.
Lucienne Miguel
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