quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Repensando...



Ando repensando a vida e minhas escolhas.
O quanto de incoerência há, entre o que quero, e o que estou a buscar.
Existem momentos, em que temos que nos ferir, para nos curar.
E acho que, este é o caminho que se apresenta a mim.


Não posso oferecer algo, se isso não é aceito.
Não posso sonhar com algo, que não se concretizará.
Não posso viver a me magoar, para alegrar alguém.
Não posso caminhar em paralelas.


Sei dos meus limites, mas sempre quero transpô-los,
Para de alguma forma, me fazer amada.
Isso é pura insanidade, é escolher um doer eterno.
Não quero a amargura infinita para mim.


Meus quereres são múltiplos,
Meus não quereres, também.
Busco os meus anseios,
Mas tento passar por cima daquilo que não acrescenta.


Muitas vezes sou puro coração,
Sentimento na mais pura essência.
Louca, esqueço totalmente a razão.
Me entrego, inteiramente, ao que amo.


Mas me parece, não ser esse, meu verdadeiro eu,
Pois uma hora ou outra, a razão me chama.
Me acua num canto, e se faz presente.
É quando, não repensar, se torna impossível.


Me torno questionadora.
E, as respostas que me vem a mente,
São extremamente doloridas e infinitamente cruéis.
Me jogam no duro mundo da realidade,
Do qual, não posso me fazer cega.


Se escolhi ser mais feliz e mais leve,
Porque me vinculo ao que pesa e entristece?
Se desejo ser amada,
Não é rastejando, nem implorando que conseguirei.


Me anular não trará o amor até mim,
Me doar... Talvez...
Mas na verdade, quem deseja minha doação?
Quem, de alguma forma respeita meu sentir?


Se não me dou o devido valor,
Não mereço respeito.
Não mereço consideração.
Não mereço nada.


Se busco completude, ser nada não é o caminho.
Se o que quero para mim é amor dividido
Não será subtraindo que encontrarei.
Mas sim, encontrando quem deseja o mesmo que eu.


Só que amar, transcende a vontade.
Não se escolhe, ele vem e pronto.
Ou a gente se deixa levar, 
Ouvindo palavras e crendo que são reais,
Quando são só momentâneas.


Na verdade, ouvimos o que desejamos,
Não queremos enxergar que atos e atitudes,
Desmentem cada uma delas.
E o coração que se ensurdece, nos faz crer no irreal.


De que adianta, oferecer meu tudo, a quem não o quer?


Repensar, realmente se faz necessário.
Abrir portas também.
Seguir os sinais, mas vê-los como são realmente.
Caminhar dolorida sim, mas consciente da realidade.
Nada dói mais, que sonhos em derrocada.


Minha opção sempre foi a da razão,
Portanto me cabe segui-la.
Aprendi que quando me permiti sonhar,
Permiti também, me magoar.


Assim sendo, continuo minha caminhada,
Carregando em mim um imenso amor.
Capaz de me fazer suportar tudo,
Até um Adeus, que fará com que só amizade vingue,
Nesse dolorido e solitário sentir que é só meu.


Prometi a liberdade.
Prometi a transparência. 
Prometi o acolhimento.
E amo ter feito tais promessas, elas não me pesam.


E em nome de tudo o que o que vivi,
Do quanto fui feliz,
É que devo, a um Ser especial,
A liberdade ... 
E deixar, sem nada forçar,  que ele se vá,
Para onde desejar ir.


Repensando, vi o quanto estava sendo cruel,
Me impondo de forma inconcebível.
Indo contra tudo o que acredito,
Para, de alguma forma, ter o que tanto queria.

   
Incoerente em minhas palavras,
Nos meus atos e posicionamentos
Agi de forma desumana,
Com quem merecia toda a minha Humanidade.


Não fui acolhida, nem amparo.
Me impus!
Invadi!
Atropelei!


Hora de tomar consciência do quanto errei.
Hora de tomar um outro rumo.
Hora de me colocar no lugar que me cabe,
E fazer de minhas palavras, ações.


Hora de seguir em frente.
Levando na bagagem sonhos lindos e desfeitos,
Mas sendo coerente comigo mesma.
Hora de libertar o que eu nunca quis preso,
Mas insanamente o fiz. 


Repensar em novos caminhos,
Sem nunca abandonar, quem me mostrou o caminho,
E que ironicamente, se perde sempre de si mesmo.
Nessa louca vida de encontros e desencontros.





Lucienne Miguel



2 comentários:

  1. Nossa vida é um tabuleiro de xadrêz que é jogado em um labirinto o qual parece não ter saída.
    É simples...a primeira escolha tem de ser a certa!
    Quando não é...entramos nesse jogo, dentro desse labirinto e passamos pelas mesmas emoções, com o coração um pouco mais endurecido...descrente...e de tanto procurar, pensamos que nunca iremos achar a pessoa certa...a ideal...e esquecemos que as vêzes somos nós que podemos estar doentes...de tanto doar algo que não recebemos na totalidade, que é o amor, simples e pleno, nos deixando cansados...descrentes...amargurados...mas heis que de repente surge alguem...será? nunca saberemos se não passarmos por tudo novamente.

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  2. Anônimo, em nenhum momento de nossas vidas, vamos reviver momentos passados.
    Eles podem até parecer momentos revividos, mas não são, pois cada momento é único.
    Como cada pessoa é única.
    No tabuleiro da vida, diferentemente do tabuleiro do jogo, podemos retroceder, ou avançar por escolha própria.
    Na verdade, não vejo a vida como um jogo, esta é uma maneira fria demais, para algo tão intenso.
    Aqui, não é uma questão de usar a lógica para se ganhar ou se perder, pois não há lógica na vida.
    Na vida, o bom é que o empate, significa Vencer.
    Se formos Matemáticos, jamais seremos Humanos, são ciências diferentes.
    Na Vida, a gente escolhe viver, ou se perder... Seja qual for a escolha, que optemos por somar, porque subtrair sera nada a acrescentar.
    Viver não é competir, é se esforçar para se completar.
    Um grande, doce e demorado abraço.

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