domingo, 22 de abril de 2012

VENTO!




Penso que passei da hora de abrir as portas...
Mas abrir, todas as portas.
Deixar o vento da vida entrar.
Tomar conta de tudo, me fazer voar.


Perdi tempo demais, com coisas que não valiam a pena,
Que pouco acrescentaram de bom,
Que nada somaram...
Mas que muito me subtraíram.


A distância entre sonhos e realidades é imensa.
Sonhar, idealizar, desejar,
Não são verbos que se conjugue sozinha.
Faze-lo, é dor certeira.


É hora de deixar o vento levar...
Como algo que se tornou leve,
Irrelevante e plenamente substituível.
Como pedaço de papel, que se joga ao chão.


Deixei que me usassem.
Permiti que me magoassem.
Compactuei com minha própria dor.
Fui boneca de trapo, pelo pouco valor que me dei.


O vento que hoje bate em mim,
É vento, conhecido de aconchego.
É vento, que oferece acolhida.
É vento, que sempre foi de colo amigo.


Incrivelmente, não mais acreditar, me faz leve.
Numa tranquilidade, daquele que nada espera.
Que deixa a vida traçar o rumo.
Que segue confiante no caminho que se apresenta.


Não carrego expectativas,
Nem sonhos ou devaneios.
Carrego sim, Fé na vida e em mim.
No que aprendi no falso mundo em que vivi.


Ah! Me entrego ao vento...
Respiro leve,
Solto o corpo,
Esvazio a mente.


Na esvoaçante leveza, me entrego á vida, e ao que ela me traz. 
Sem nenhum receio... Leve! 
Sigo pelas portas que abri, rumo aos caminhos que hoje vejo.
Assim, sigo o caminho do vento...


Lucienne Miguel

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