domingo, 12 de fevereiro de 2012

Vida...




Hoje me peguei pensando que a Vida é de uma extrema paciência.


Paciência e tolerância.


Na verdade, creio que não merecemos tanto,
somos extremamente mal agradecidos. 


Nunca, estamos a achar que tudo está bem.
Sempre existe um mas, ou um porque.
Sempre existe um cisco no olho a nos cegar.


A Vida nos oferece milhares e milhares de chances de aprendizado.
Quantas aproveitamos?
Na realidade, muito menos que a metade, se é que chegamos a tanto.
Olho a minha volta e penso... Que pena!
Quanto tempo perdido em meio a questionamentos discrepantes.


Ela ilumina os caminhos com luzes coloridas, que não percebemos.
Nos dá a clareza do dia.
Nos  mostra a escuridão da noite.
Tentando, de alguma forma nos ensinar, que podemos ser luz e brilhar,
Ou podemos escolher a cegueira da escuridão.


Ela nos oferece asas e nem ao menos as usamos.
Tememos o voar.
Tememos a altura que podemos atingir.
Covardes seres que somos, temos medo do tombo,
Ai escolhemos viver estatelados no chão da lamentação.


Escolhemos caminhar entre espinhos,
Nos machucando, como se tivéssemos o merecimento do sofrimento.
Da dor constante que sentimos, a nos vincular ao que nos afunda.
Ao que entristece a alma e amargura o coração.


Parece que é mais fácil doer...
Se encolher num canto da vida, onde nos tornamos caracóis sem abrigo.
Recolhidos na insignificância do viver por viver,
Na espera somente do fim.


Ainda somos seres rastejantes demais para perceber a sutileza.
Na verdade, somos ignorantes metidos a sábios.
Pequenos demais para entender a grandeza que nos é oferecida.
Sempre andando pelos becos escuros da nossa mente.
Num questionar sem fim, que não nos levam a lugar algum.


Na verdade, quanto menos se questiona, mais se vive.
Quanto mais simplicidade, mais sabedoria.
Quanto mais procuramos, menos encontramos.
Quanto mais adquirimos cultura, mas nos distanciamos do sentir.
Quanto mais tentamos ver, menos enxergamos.


As vezes penso que deveríamos fazer tudo como se fosse num mergulho,
Onde se enche o peito de ar para afundar, onde não se pode respirar.
Armazenamos , para usar na necessidade.


Assim poderíamos fazer com o viver.  
Nos momentos de alegria, encher o coração dela.
Para que fosse o alívio nas horas mais difíceis.


Pelo menos, tentar mudar nossa forma de olhar...
Nossa forma de agir...
Nossa forma de pensar...
Nossa forma de concretizar.


Talvez esta seja a grande sacada da vida...
Nos forçar a mudar este viver sem sentido,
Para algo, com todo o sentido.


Em geral achamos a vida cruel.
Nos dá trancos duros, de vez em quando.
Ah! Vamos ser sinceros...
Somos merecedores das chicotadas.


Afinal, burros, se direcionam por elas.
É exatamente o que somos.... Asnos!
Que usam "Tapas", que não nos deixam ver com amplitude,
Fazendo-nos caminhar olhando somente o que vai a nossa frente,
Sem a menor noção, do que se apresenta nas laterais.


E quanto mais empacamos, mais merecemos castigos.
Afinal, não percebemos nada, da imensidão que nos rodeia.
Da bençãos que recebemos a todo momento.
Da magnitude de estarmos Vivos.


Chegamos a ser irônicos, com os presentes que ela nos oferece.
Não agradecemos nada, mas reclamamos de tudo.
Somos, na realidade, crianças com ataques de birra,
Quando algo não acontece como planejamos.


Não entendemos que a lógica é da Vida, não nossa.
Que nossos planos são pequenos demais , 
Diante da força do que nos foi destinado.
Na realidade,vivemos a "dar murros em ponta de facas".


Queremos tudo, mas mal sabemos o que desejamos.
Quanto mais questionamos, menos respostas teremos.
Não que a Vida não nos responda...
Só não temos capacidade de entender os sinais que ela nos dá.


Hoje percebi a imensidão e a beleza da Vida.
Pedi perdão, agradeci imensamente.
Entendi que ela pede muito pouco em troca do que nos dá.
Pede para que VIVAMOS e não aceita que somente SOBREVIVAMOS.


Hoje fiz um pacto com a Vida...
Prometi viver Intensamente, tudo o que ela me apresentar.
Não determinarei rumos, seguirei sem "Tapas",
Olhando e vivendo a amplidão do que ela vier a me oferecer,
E não terei ataques de birra, se não for da forma que desejo.


Na verdade, se em mim habita alguma Fé,
Devo acreditar que lá em cima, alguém está a olhar por mim,
E de alguma forma, estará a me mostrar caminhos a seguir.
Pois a Minha verdade, não é a Verdade absoluta.
Minha guerra contra a Vida é só minha guerra contra mim mesma.


Não quero mais guerras interiores,
Nem feridas opcionais.
Quero só algo que se eu me entregar, a Vida me dará...
Só quero caminhar mais leve.
Se tiver que carregar algo, que em minha bagagem eu leve somente, 
Compreensão, Aceitação, Visão e Amor.


Creio que isto me bastará, para agradecer a Vida, 
Quando o final da minha jornada chegar.
Pois não quero partir daqui a chorar lamentos.


Lucienne Miguel


















5 comentários:

  1. Querida Lu... muito lindo, como tudo que você escreve.Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.Desejo tudo de melhor a você Lu querida.

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  2. Oi Ana!
    Você sempre doce e carinhosa.
    Sei que é tão simples que muitos nem a percebem, mas eu ando bem atenta ultimamente e decidi que seja uma gota, ou um balde, irei usufruir dela pelo tempo que me for permitido. E se puder, pela vida toda.
    Beijos querida

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  3. Parabéns ! Simplesmente lindo e muito profundo ... mas acima de tudo muito verdadeiro ...

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  4. Obrigada Cleusa pelo elogio. É bom saber que as pessoas se enxergam em algo que escrevo.
    Obrigada por ter se tornado seguidora do Blog, isso é um grande presente que me dá.
    Seja feliz!
    Bjos

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  5. tuas palavras....

    Hoje fiz um pacto com a Vida...
    Prometi viver Intensamente, tudo o que ela me apresentar.

    Respondo então: E a vida te apresenta EU... olha...nada acontece por acaso!

    TE QUERO E MUIIIIIIIITOOOOOOO!

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