quarta-feira, 9 de maio de 2012

MEUS 51...






Passei de meio século de vida...

Nunca imaginei que chegaria aqui, não sei por que, mas não imaginava que pudesse ir tão longe.

Hoje, vejo que meio século, não é tanto tempo assim, pois apesar de muitas lições aprendidas, umas tantas outras me faltam aprender.

Apendi que, a vida é curta demais para que eu carregue arrependimentos, mas longa o bastante, para que eu, vá em busca do que ainda, não realizei.

Aprendi que, devo sempre me vincular as coisas boas que me aconteceram e que cada história que nada acrescentou, ou que me tirou algo, deve ser riscada do meu Livro da Vida.

 Páginas a serem queimadas, na Fogueira do Esquecimento.

Apesar disso, não devo carregar arrependimentos por tê-las vivido, pois cada dor, deixou-me marcas, mas também lições imensas.

Aprendi que, seja qual for a situação, ela sempre será reversível, se eu assim o desejar. 

Tudo dependerá sempre, da força de vontade que eu esteja disposta a usar.

Nada, absolutamente nada, muda, sem que tenhamos que travar alguma batalha.

Aprendi que, muitas pessoas passam pela nossa vida, algumas se vão, mas sempre deixarão lembranças, sejam  boas ou ruins.

As que se vão, é porque o ciclo delas ao nosso lado terminou, se deixaram boas coisas, serão eternas, se não, serão meras passageiras esquecidas pelo tempo.

 As que ficam se tornam pedaços da gente, são as que merecem todo nosso carinho, respeito e admiração, pois não “abandonaram o barco”, nem em mar revolto.

Aprendi que, as boas lembranças, devo guardar em um cantinho especial, as más, enterro bem fundo e, se der, planto uma árvore,  para que elas se transformem em adubo, de onde nascerá algo bom.

Aprendi que, por mais que desejemos algo, isso não significa que o teremos.

Aprendi também, que Tentar é um ato de amor por mim e não desperdiçar oportunidades, seja por receio ou por falta de crença em mim mesma, é me delegar ao plano de que não tenho merecimento, ou capacidade para conseguir.

De forma alguma, isso quer dizer que conseguirei sempre, o que não define que fracassei, mas deixar as tentativas de lado, ai sim, será me assumir como um fracasso.

Aprendi que, existem sonhos que nunca sairão da posição de Sonho, pois sua realização, independem  da gente.

Sonhos que se realizam, são aqueles que só podem ser concretizados por nós mesmos, sem que o vinculemos a alguém que possa nos ajudar a realiza-los.

Aprendi que, nossos sonhos, são nossos sonhos e de mais ninguém.

Aprendi que, Amar não significa que serei amada, e que isso muda toda minha a história e minha forma de ver, e viver a vida.

Mas aprendi também que, o Amor não morre jamais, se transmuta, e que afeto, jamais é desperdício de sentimento.

Aprendi que, passar pelo tempo sem distribuir amor, solidariedade, aconchego, carinho, respeito, consideração e todos os bons sentimentos, será passar por este milagre, chamado Vida, e não tê-la vivido.

Ter habitado este Planeta, repleto de possibilidades, e pessoas maravilhosas, ignorando o que se apresenta, é viver no Mundo do Vazio.

Aprendi que, se Deus colocou obstáculos em minha vida, é porque acreditou que eu teria forças para transpô-los, e assim o fiz até hoje.

 ELE não errou, fui eu que duvidei de mim muitas vezes.

Aprendi que, aos 50anos desejei Recomeçar, ou Começar a viver, levei meio século para enxergar e assumir que desejo tudo o que puder e tiver o direito de viver.

Agora ,um ano depois, olho para vida com outros olhos, talvez mais mansos, mais sábios, mais desconfiados, mas com certeza, mais intensamente.

Tenho tempo...

Aprendi que mesmo aos 51 anos, mora em mim, uma garota cheia de vontades, curiosa, sonhadora, livre, leve e solta, que não passou dos dezoito anos, só que com uma bagagem muito maior de consciência.

Posso tudo que eu desejar, desde que eu me mantenha, onde acredito ser correto, senão, não conseguiria conviver comigo mesma.

 Não quero atropelar, nem usar pessoas, para satisfazer um Ego tolo.

Quero a consciência tranquila, de quem luta limpamente pelo que deseja, não brincando com a vida, nem com sentimentos, permanecendo sempre naquilo que me faz bem...

 Ser realmente quem sou.

Aprendi que, assim vou caminhar pela vida, pouco importando a quantidade de anos e sim, com a quantidade de Vida que pulsa em mim.

E desta forma, continuarei acreditando que a vida tem muito a me oferecer, é só necessário que eu abra os braços escancaradamente, completamente disposta, a receber e abraçar o que me é oferecido, sem me perder da minha Essência.


                                                               Lucienne Miguel

Photo by Raquel Villela

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