terça-feira, 22 de maio de 2012

* ELA











Durante muito tempo, ela caminhou por áridos caminhos.
Duros, doloridos e solitários caminhos .
Muitas vezes, sem nem perceber tanta aridez.
Sem nem enxergar,  por onde andava.



Caminhou só.
As mãos, que se estenderam em sua direção,
Não eram mãos de compreensão e acolhimento, 
Eram sim, para usufruir do que ela tivesse a oferecer.



Suas dores, chorou em prantos de abandono.
Sem consolo, sem acolhida.
Suas lágrimas, ela mesma as secou.
Ou deixou que o vento as secasse.



Ouviu palavras bonitas, que nada diziam.
Ouviu promessas, que jamais se cumpririam.
Palavras soltas ao vento, 
Mas sempre, com alguma suja intenção.



Boas intenções, não encontrou.
Acreditou... Sonhou... 
 Caiu nas armadilhas da falsidade.
Quase morreu, no Mundo dos Desencantos .



Afinal nada foi...
Lixo usado, descartado a beira do caminho.
Pois não tinha mais utilidade.
Não despertava mais interesse.



Se perdeu, no vazio da existência.
Morou, na fria estação da desilusão.
Amargou, no escuro da descrença.
Comeu, do seco pó da Vida.



Cruzou  pelo caminho, as vezes sádicos,
Outras vezes loucos.
Algumas vezes loucos e sádicos,
Habitando um só ser.



Perdeu-se da fé.
Abandonou a crença.
Extirpou os sonhos.
Seguiu em frente.



Ela ainda caminha por ai,
Cabeça baixa, alma vazia, olhos tristes.
Em trilhas de montes escarpados.
Mas consciente, de não mais esperar nada, de quem nada tem a dar.



Caminha... 
Só caminha... 
Aos farrapos...
Caminha só.




Lucienne Miguel




























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