terça-feira, 26 de junho de 2012

* EU




Sou considerada antiguada, mas não me importo com isso.
Sou, assumidamente, e me orgulho disso.

Fui mãe presente, que educou filhos para terem caráter, humildade e decência.
Mesmo sendo uma menina, a cuidar de crianças.

Tenho algo que se chama Ponderação, que me faz ser alguém que muito pensa.
Não gosto de cometer erros, sejam eles quais forem.

Cultivo a Solidariedade e o Amor, coisas hoje quase inexistentes,
 mas que para mim, são essenciais.
Não acredito em se viver sem se doar.

Tenho personalidade própria.
Não mudo com o vento, nem com as conveniências.

Tenho caráter, e mantenho isso como uma grande vitória.
Na verdade, é difícil que compreendam tal coisa, num mundo sem ética.


Ainda acredito que, mulheres cuidam dos seus homens, sendo seu suporte.
Mas que, também cuidam como amantes.


Acredito na verdade e a cultivo sempre.
Mentiras não acrescentam, para quem, como eu, crê que a vida é somar.


Mas não sou perfeita, nem  tenho a pretensão de se-lo.
Mil defeitos me habitam.


Sou triste por natureza, ou por vivências, não sei bem definir.
Mas, pouca coisa me alegra.


Não grito, nem esbravejo, se posso evitar.
Mas sei quebrar cristais, com poucas e duras palavras.


Tenho espírito livre, alma liberta de preconceitos.
Mas me prendo a coisas, muitas vezes sem sentido.


Gosto de cuidar de mim.
Mas tenho dias de total desmazelo.


Não sou classuda.
Amo pés no chão e vestido velho . 


Gosto de banho de rio, pois na água me refaço.
Se não a tenho, me perco de mim.


Não sou equilibrada.
Facilmente caio.


Amo infinitamente...
Mas não esqueço mágoas.


Erro, tropeço, caio.
Mas nada me mantém no chão.


As vezes choro compulsivamente.
As vezes lágrimas caem, quietamente.


As vezes apenas sorrio.
Mas algumas vezes me pego a gargalhar.


Amo quase tudo.
Mas se não gosto, nada me fará gostar.



Na verdade, sou comum.
Humana e imperfeita, e as vezes desumana.


Mas é assim que sou.
Nada posso contra minha essência.


Se me aceitam, ou não, pouco importa.
Não deixo de ser quem sou, por ninguém.




Lucienne Miguel
























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